Carnaval nem sempre é somente sinônimo de folia e diversão. Muita gente também aproveita o momento de alegria geral para trabalhar e fazer um rendimento extra, que muitas vezes, não daria lucro em outros momentos do ano. A Prefeitura de Campo Grande promoveu na tarde desta segunda-feira (13), uma reunião com mais de 100 vendedores ambulantes que se inscreveram para participar do sorteio dos pontos para trabalhar regularmente durante a programação de 2023.

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“Nós resolvemos fazer essa reunião para dar maior transparência no trabalho de todos. Acreditamos muito em quem trabalha por conta própria, no microempreendedor e muitas pessoas como os vendedores ambulantes tiram grande proveito desse momento de Carnaval para faturar um bom lucro. E queremos dar esse apoio para quem trabalha de forma organizada, nosso público também merece bom atendimento e atenção”, explica Mara Bethânia Gurgel, secretária municipal de Cultura e Turismo (Sectur).

Amistácio Alves Sobrinho já trabalha como ambulante há muitos anos e tem a experiência de que o Carnaval é o melhor momento para faturar com vendas durante as festas nas ruas. “Até mesmo quem é empregado e tem um salário fixo, se souber trabalhar de forma organizada como ambulante, também pode ter uma boa renda extra com o momento. Daí hoje, saímos daqui com uma vaga garantida pela Prefeitura, com ponto certo, com apoio de policiamento, para que tudo ocorra de maneira organizada. Assim, com certeza não tem como dar nada errado. Ainda mais nesse momento que o folião está há dois anos sem brincar o Carnaval”, aponta o vendedor que vai ofertar bebidas e espetinhos.

“Bebidas só poderão ser vendidas em copão ou latas. Os espetinhos devem ser servidos em pratos descartáveis e o palito eliminado pelo vendedor. A entrada dos vendedores ambulantes será permitida somente até meio-dia, após esse horário não será mais permitido o abastecimento das barracas. Eles terão um crachá de identificação com foto e a lista com o nome de todos também será encaminhada à Semadur e a Guarda, que apoiarão na fiscalização”, informa a representante do setor.

Carmem Jesus Medinas também trabalha como ambulante em Campo Grande. Ela conta que acompanha sempre lugares onde têm festas e eventos para atender o público que está no entorno, seja chegando ou saindo do evento. Com 56 anos de idade e seis trabalhando como ambulante, para ela, o momento é de recuperar o prejuízo dos dois últimos anos por conta da pandemia da Covid-19.

“Para mim, que trabalho exclusivamente como ambulante, acumulei muitas dívidas por conta de empréstimos que contratei para passar o momento de isolamento. Estou confiante que nesse Carnaval vou me recuperar financeiramente e espero eliminar todos esses débitos”, explica Carmem.

O pensamento de dona Carmem também segue a mesma linha de raciocínio de Márcio Soares Silva, 36 anos. “Estamos muito confiantes que nesse ano vamos recuperar o prejuízo que acumulamos na pandemia. Vou vender espetinhos e já fiz um cálculo do lucro que posso ter nesses dias de festa, sem deixar de oferecer um preço acessível ao cliente. Um espetinho custa em torno de R$ 2,70 e posso vender até por R$ 8,00, dependendo da concorrência. E assim, já me anima a ofertar um produto de boa qualidade”.

Vendedores ambulantes que já trabalham com público fiel em outros pontos da cidade, também se cadastraram para trabalhar no Carnaval 2023. Sara Resende Batista, 24 anos, atua como vendedora ambulante em festas pela cidade e divulga para seu público fidedigno das redes sócias, por onde vai estar nos próximos dias. O mesmo acontecerá durante o Carnaval.

“O Carnaval geralmente tem um giro alto de lucros porque é um grande volume de pessoas e dos mais variados públicos. É uma renda que não se encontra facilmente em outras programações. E eu já tenho o meu público que procura onde estou no Carnaval, pois tenho meus drinks que já são conhecidos e quem já me segue nas redes, sabe que também levaremos pintura facial artística para os foliões”.

Campo Grande terá desfile de escolas de samba e os tradicionais cordões e blocos para a folia de rua. A Prefeitura contribuirá com o apoio necessário para o evento, com profissionais e serviços à Lienca (Liga das Escolas de Samba) e aos organizadores dos Blocos de Campo Grande, para a realização da festividade.

Além da estrutura para o fechamento das ruas, a prefeitura apoia os blocos com a parceria da Agetran, da Guarda Civil Metropolitana, banheiros químicos e equipamentos de som e palco. Ao todo, serão nove blocos distribuídos em vários pontos da cidade, inclusive na Esplanada Ferroviária. A estimativa, segundo os organizadores, é de que pelo menos 60 mil pessoas passem pelos blocos neste carnaval.